Casa de Nhozinho recebe a exposição “Encantados de Légua”, de Waldeir Brito

A proposta da exposição surgiu quando Waldeir sentiu necessidade de conhecer mais sobre as histórias que ouvia desde criança e também de redescobrir-se como maranhense.

10/09/2025

Até o dia 30 de setembro, a Casa de Nhozinho recebe a exposição “Encantados de Légua”, do artista visual ludovicense Waldeir Brito, que surgiu a partir de sua leitura sobre a cultura maranhense e forte relação com os encantados, representantes das raízes culturais do estado.

A Casa, localizada na rua Portugal do bairro Praia Grande, é um dos inúmeros aparatos da Secretaria de Estado da Cultura (SECMA) e pode ser visitada de terça a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos de 9h às 12h.

Brito define o espaço como um local cultural e acolhedor que o recebeu de portas abertas desde o momento em que levou a ideia da exposição. “Alguns artistas querem falar sobre seus temas e expor seus trabalhos e precisam de locais acessíveis para apresentar suas propostas. Então, acredito que a Casa de Nhozinho é um local viável para propostas culturais e que também reflete bastante a realidade da cultura na cidade”, detalha.

A proposta da exposição surgiu quando Waldeir sentiu necessidade de conhecer mais sobre as histórias que ouvia desde criança e também de redescobrir-se como maranhense.

“No TCC, pesquisei esses encantados que coincidentemente eram todos da família de Légua. A feitura das obras se deu após entrevista com estes encantados incorporados em seus zeladores. Fui aos terreiros Portal de encantaria, na Vila Nova, e lá entrevistei Dona Tereza Légua, Ilê Ogun Sogbo; na Liberdade onde entrevistei Seu Folha Seca e Ilê Amãhonsú; no Residencial Paraíso, onde entrevistei Seu Zé de Légua. Após isso, fiz também a obra de Dona Maria Joana do Buritizeiro no Portal de Encantaria”, conta.

O artista atua profissionalmente desde 2017 e agora inaugura sua quarta exposição. Com uma relação antiga com o desenho, ele enxerga o feito como uma grande conquista, por contribuir para a cultura maranhense e “educar aqueles que desconhecem os encantados e sua influência nas manifestações”.

Waldeir Brito ainda deixa um recado para o público: “Para artistas iniciantes, é uma maneira de ver um trabalho desenvolvido com referências locais e seu desenvolvimento para questões diferentes. A exposição também soma na luta contra o racismo religioso por meio da representação dos encantados e da educação sobre suas questões”.

 

Por Júlio  C.

Ascom Secma